Nova Mutum, 28 de Junho de 2025

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Professor denunciado por assédio sexual também dava aulas em escola da rede pública

Foto: Reprodução

A Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) recebeu cinco denúncias envolvendo um professor do Colégio Salesiano São Gonçalo (CSSG), neste mês de novembro. De acordo com o chefe de operações da unidade, o docente também lecionava na Escola Estadual Eliane Digigov, localizada no bairro Bela Vista, em Cuiabá.

Até o momento, não foi identificada nenhuma vítima da escola estadual, no entanto, o inquérito policial segue em andamento, e as autoridades aguardam se haverá novas denúncias contra o professor.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e não há registro de nenhuma denúncia interna contra o suspeito. Ele possuía um contrato temporário, que foi encerrado em novembro.

Os cinco adolescentes, vítimas do suposto abusador, passaram por atendimento psicossocial, ofertado pela Deddica. Além disso, todos os responsáveis participaram de oitivas com a equipe policial. As investigações do caso iniciaram assim que as denúncias chegaram na unidade.

O caso ganhou repercussão na quinta-feira (30), após um áudio de uma das mães das vítimas circular em grupos do Whatsapp. A denunciante apontou que o professor utilizou do relacionamento próximo com os alunos, sendo as vítimas do sexo masculino, para fazer os pedidos “indecentes”.

“Os meninos achavam que ele era amigo, mas quando ele veio com essa conotação sexual, viram que era algo grave, e meu filho veio falar comigo. Eu acionei as outras mães e registramos o boletim de ocorrência”, disse.

“Ele estava barganhando a nota das crianças nesse fim de ano, para se favorecer, usando a instituição como bengala, usando as crianças como refém”, complementa.

A mulher pede ainda para que as outras mães conversem com seus filhos, orientando sobre a gravidade da situação, principalmente para coibir o bullying que as vítimas estariam sofrendo.

“Nós temos prints de todas as conversas, já temos o boletim de ocorrência, já está tendo o apoio policial. As crianças já tem medida protetiva contra esse pedófilo, porque ele não tem outro nome, ele não é professor, ele é um pedófilo. Ele persuade as crianças, corrompe elas, de uma forma bem tranquila, para que quando as crianças precisassem de algo dele, ele pudesse barganhar, que é essa a palavra que ele usou”, completou.

A denunciante também afirma que ela, junto com as outras mães, criaram uma rede de apoio. Inicialmente, não contataram a escola, porque as denúncias estavam sob sigilo. Elas também temiam que o professor “destruísse provas, como computador”.

Os assédios ocorriam há algum tempo, no entanto, os meninos não teriam percebido, e por isso, o homem começou a ser mais explicito, segundo a denunciante.

O CSSG declarou que o docente foi suspenso no dia 23 de novembro, quando a escola tomou ciência das denúncias. A instituição acompanha o andamento das investigações e trata o caso com “seriedade e responsabilidade necessárias”.

Confira a última nota enviada à imprensa, nesta sexta-feira (1º):

O Colégio Salesiano São Gonçalo de Cuiabá vem a público fazer alguns esclarecimentos a respeito de denúncias envolvendo um professor do Ensino Fundamental e alguns alunos, divulgadas na imprensa e redes sociais.

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